O endividamento é uma das principais preocupações de quem busca a saúde financeira de um negócio. Ter gastos maiores do que as receitas, recorrer a diversos empréstimos ou negligenciar o fluxo de caixa podem comprometer seriamente o capital de giro e bloquear o crescimento de qualquer empreendimento.
Neste artigo, atualizado em 2025, você entenderá o que caracteriza o endividamento, suas causas, consequências e, principalmente, como driblar esse cenário e manter a empresa em pleno funcionamento.
Sumário
- Endividamento: o que é?
- Causas do endividamento
- Consequências de uma empresa endividada
- O endividamento bom
- Como calcular o índice de endividamento?
- E como reduzir as dívidas?
- Conclusão
Endividamento: o que é?
De forma geral, o endividamento ocorre quando uma empresa se mantém por meio de empréstimos que, a médio ou longo prazo, comprometem severamente o capital de giro. Na prática, é o acúmulo de dívidas que impede o crescimento sustentável do negócio.
Muitas vezes, esse cenário não é exclusividade de grandes companhias: micro e pequenas empresas também sofrem quando seus passivos são maiores que sua capacidade de pagamento. Segundo dados da Serasa Experian, cerca de 5,3 milhões de pequenos negócios estão endividados no Brasil.
Causas do endividamento
Ter a empresa dependente de empréstimos para sobreviver é fatal para as finanças. Entre as principais causas do endividamento, podemos destacar:
- Falta de conhecimento do custo de produção: sem entender os custos reais, a precificação acaba comprometida.
- Má gestão de estoque: compras acima do necessário levam a recursos parados e menos dinheiro em caixa.
- Excesso de horas extras: funcionários trabalhando além do limite podem gerar custos adicionais elevados.
- Ausência de análises sistemáticas: sem avaliar processos, operações e dados, a empresa pode não enxergar gargalos financeiros.
- Erro na margem de lucro: definir preços muito baixos ou não atualizar valores afeta diretamente o faturamento.
- Atrasos em pagamentos: multas e juros aumentam as contas, alimentando o ciclo de endividamento.
Em síntese, o endividamento costuma ser consequência de um conhecimento insuficiente dos números da empresa e de falhas na gestão financeira.
Consequências de uma empresa endividada
Estar no vermelho por muito tempo pode levar um negócio a ter o CNPJ negativado em órgãos de proteção ao crédito, o que resulta em perda de credibilidade junto a fornecedores, clientes e investidores.
Além disso, a empresa endividada enfrenta dificuldades em negociar prazos e valores, conseguir linhas de crédito e manter operações que dependem de boa reputação financeira, como a compra de produtos a prazo ou a abertura de novas contas em bancos.
O endividamento bom
Não é todo endividamento que representa algo ruim. Em muitos casos, recorrer a dívidas pode ser um sinal de crescimento. Isso acontece quando você contrai um empréstimo para investir em melhorias, aquisição de tecnologia ou qualquer outro recurso que, no longo prazo, reduza custos ou aumente receitas.
Entretanto, até mesmo o bom endividamento requer planejamento cuidadoso, pois qualquer descontrole na quitação desses débitos pode levar ao aumento desenfreado da dívida.
Como calcular o índice de endividamento?
O índice de endividamento geral (EG) mostra o quanto a empresa depende de recursos de terceiros para sobreviver. A fórmula básica é:
EG (%) = (Passivo de Curto Prazo + Passivo de Longo Prazo) / Ativo Total x 100
Suponha que uma empresa de cursos online tenha o ativo total de R$ 1.000,00, passivos de longo prazo de R$ 150,00 e de curto prazo de R$ 100,00. Então:
((150 + 100) / 1.000) x 100 = 25%
Quanto menor esse índice, melhor para o negócio. Ele também ajuda a avaliar se as dívidas contraídas são saudáveis ou se já ameaçam a sustentabilidade da empresa.
E como reduzir as dívidas?
Após concluir que seu nível de endividamento está alto, vale a pena considerar algumas estratégias para “sair do sufoco”.
Planeje-se
Um planejamento estratégico bem definido é fundamental. Gastar apenas o que está previsto e acompanhar todos os indicadores financeiros evita surpresas desagradáveis.
Acompanhe frequentemente o fluxo de caixa
O fluxo de caixa é o termômetro da saúde financeira do seu negócio. Monitore de perto para saber exatamente quando é possível assumir novos compromissos sem se enrolar ainda mais.
Evite mais e mais empréstimos
Empréstimos em excesso criam o efeito de “bola de neve”. Avalie outras formas de captação de recursos ou enxugue despesas em vez de buscar financiamentos que só aumentam o passivo.
Entenda o motivo das dívidas
Por que você tem se endividado? Falhas na precificação, estoque parado, vendas abaixo do esperado? Identificar a raiz do problema é crucial para solucioná-lo de forma definitiva.
Reduza custos
Mapeie os processos e verifique se é possível diminuir despesas, seja reduzindo desperdícios em produção ou substituindo fornecedores caros por opções mais econômicas de igual qualidade.
Renegocie
Quando não há alternativa, procure seus credores para negociar prazos e buscar taxas de parcelamento mais favoráveis. Dessa forma, você diminui a pressão sobre o caixa.
Tenha um contador parceiro
Um bom contador ou consultoria contábil pode ser decisivo para reestruturar as finanças do seu negócio. Eles ajudam a revisar processos e a adequar a empresa às exigências fiscais, sem recorrer a manobras ilegais.
Conclusão
O endividamento, quando controlado e direcionado a investimentos que geram retorno, pode impulsionar o crescimento de um negócio. Porém, a falta de planejamento e de uma análise financeira criteriosa leva ao acúmulo de dívidas que sufocam o fluxo de caixa.
Entender o conceito de endividamento, saber calcular o índice geral, identificar as causas das dívidas e adotar práticas de controle financeiro são os passos essenciais para manter a empresa em dia. Ao executar essas medidas, você fortalece a estrutura do seu negócio e evita que as contas saiam do controle.
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