A arquitetura REST (Representational State Transfer) é amplamente utilizada para desenvolvimento de APIs na internet. Ela oferece flexibilidade, escalabilidade e eficiência na integração de aplicações e na criação de microsserviços. Neste artigo, você vai descobrir o que é REST, quais são seus princípios de design, como as APIs REST funcionam na prática e as melhores práticas para garantir segurança e confiabilidade.
Sumário
- O que é REST (Representational State Transfer)?
- Por que a arquitetura REST é importante para APIs?
- Princípios (ou restrições) da arquitetura REST
- Como funciona uma API REST?
- Melhores práticas em APIs REST
- Conclusão
O que é REST (Representational State Transfer)?
REST — ou RESTful — não se trata de um protocolo ou padrão formal, mas sim de um conjunto de restrições de arquitetura para a construção de APIs. Proposto originalmente no ano 2000 pelo cientista da computação Roy Fielding em sua tese de doutorado, o REST define como os componentes de uma aplicação web devem interagir por meio de solicitações HTTP, transferindo representações de estado de recursos.
Essa arquitetura fornece grande flexibilidade aos desenvolvedores, pois pode ser implementada em qualquer linguagem de programação e adaptada às necessidades de cada aplicação. O REST tornou-se extremamente popular por oferecer:
- Escalabilidade – fácil de distribuir em diferentes microsserviços;
- Eficiência – aproveita a simplicidade do HTTP, reduzindo complexidades;
- Interoperabilidade – pode enviar dados em formatos variados (JSON, HTML, XML, etc.).
Por que a arquitetura REST é importante para APIs?
As APIs RESTful (ou web APIs baseadas em REST) são interfaces que oferecem recursos de maneira uniforme, facilitando a troca de informações entre aplicações. Elas se destacam pela forma simples e eficiente de realizar operações comuns, como criar, ler, atualizar e excluir registros (as famosas operações CRUD), usando métodos HTTP (GET, POST, PUT, DELETE).
Para se ter uma ideia, um relatório da Gartner estima que cerca de 85% das interações com clientes serão intermediadas por sistemas de inteligência até 2025, e as APIs REST têm sido grande parte desse ecossistema por serem extremamente flexíveis e de fácil adoção.
Princípios (ou restrições) da arquitetura REST
Para que uma API seja considerada RESTful, deve atender a seis restrições de arquitetura, também conhecidas como princípios REST:
- Interface uniforme – As requisições e respostas para o mesmo recurso devem ter a mesma estrutura. Cada recurso deve ser identificável por um URI, e a comunicação deve ser coerente, com mensagens autodescritivas.
- Cliente-servidor desacoplado – O cliente (aplicação ou serviço consumidor) não precisa conhecer detalhes sobre como o servidor é implementado, e vice-versa. Isso isola responsabilidades, permitindo evoluir ambos de maneira independente.
- APIs sem estado (stateless) – Cada requisição traz em si todas as informações necessárias para ser processada. O servidor não armazena dados de sessão, o que torna o sistema mais escalável e previsível.
- Cacheabilidade – As respostas devem indicar se podem ou não ser armazenadas em cache. Isso melhora a performance e reduz a carga no servidor.
- Sistema em camadas – As chamadas podem passar por vários intermediários (proxy, gateways, etc.) sem que o cliente ou servidor precisem saber detalhes do caminho percorrido. A arquitetura em camadas aumenta segurança e escalabilidade.
- Código sob demanda (opcional) – O servidor pode enviar código executável (por exemplo, scripts) ao cliente, caso necessário, para estender funcionalidades.
Como funciona uma API REST?
Em uma API RESTful, as requisições são feitas via protocolo HTTP, utilizando métodos como GET, POST, PUT e DELETE para acessar ou manipular recursos. Veja o fluxo básico:
- O cliente (aplicação web, mobile ou outro serviço) faz uma requisição HTTP a um endpoint específico;
- O servidor recebe essa requisição, processa-a e retorna uma resposta, que inclui um código de status HTTP (por exemplo, 200 OK ou 404 Not Found) e dados no corpo da resposta;
- Formato dos dados: JSON é mais comum pela leitura simples e compatibilidade com diversas linguagens, mas também pode haver HTML, XML ou texto simples.
Cabeçalhos HTTP e parâmetros de requisição costumam conter metadados essenciais, como tokens de autenticação, URIs adicionais e informações de cache. APIs REST bem projetadas fornecem hypermedia links para facilitar a navegação entre diferentes recursos associados.
Melhores práticas em APIs REST
Embora o REST ofereça bastante flexibilidade, seguir boas práticas evita problemas de desempenho e inconsistência. Dentre elas, destacam-se:
- Documentação clara (OpenAPI / Swagger) – Define endpoints, parâmetros e métodos de autenticação em formato padronizado;
- Segurança – Use HTTPS, tokens de acesso (OAuth2) e restrições de métodos para proteger endpoints;
- URLs significativas – Utilize nomes de recursos descritivos, como /usuarios/{id}, /produtos/{id};
- Códigos de status HTTP adequados – 200 (OK), 201 (Created), 400 (Bad Request), 401 (Unauthorized), 404 (Not Found), 500 (Internal Server Error), entre outros;
- Versão da API – Indique a versão na URL ou cabeçalho para facilitar manutenção e migrações (ex.: /v1/usuarios);
- Autenticação e autorização – Use padrões como OAuth2, tokens JWT, e validação de entradas para evitar ataques e inconsistências;
- Manuseio de erros e exceções – Retorne mensagens e códigos de status expressivos que facilitem o debug por parte do cliente.
Conclusão
REST transformou o modo de projetar APIs, oferecendo um estilo arquitetural que prioriza flexibilidade, escalabilidade e eficiência. Suas restrições e princípios, quando bem aplicados, resultam em sistemas leves, fáceis de manter e compatíveis com uma ampla gama de linguagens e plataformas. No cerne de cada API RESTful está o uso de métodos HTTP para manipular recursos, representados principalmente em JSON, mas também em HTML, XML, entre outros formatos.
Para aproveitar ao máximo o potencial do REST, siga as melhores práticas de documentação (OpenAPI), segurança (HTTPS, tokens de acesso), consistência de formatos e códigos de status. Assim, você garantirá que suas APIs sejam confiáveis, escaláveis e prontas para integrar diferentes aplicações em um ecossistema digital cada vez mais conectado.
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