CNPJ com letras?! Entenda o novo formato do CNPJ alfanumérico e o impacto nos sistemas fiscais

Achou que CNPJ era só número? Pois é…

A Receita Federal resolveu colocar letras no meio da sopa — literalmente! 😅

A partir de 2026, o CNPJ vai virar alfanumérico.

Se você trabalha com notas fiscais, automação ou qualquer sistema que valida CNPJ, prepare-se:

Essa mudança vai mexer com tudo — de schemas XML à geração de chaves de acesso.

Mas calma:

Neste artigo a gente explica direitinho, sem sigla em excesso e sem precisar abrir dezenas de abas pra entender.

Sumário

  1. O que é o CNPJ alfanumérico?
  2. Por que essa mudança está acontecendo?
  3. Cronograma de implementação
  4. Impactos nos Documentos Fiscais Eletrônicos
  5. Para desenvolvedores e times técnicos
  6. Para gestores e líderes de produto
  7. Alterações no código de barras
  8. O que sua empresa precisa fazer
  9. Conclusão

O que é o CNPJ alfanumérico?

O CNPJ alfanumérico é uma nova versão do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica que combina letras (de A a Z) com números (de 0 a 9), mantendo o total de 14 caracteres.

Isso significa que, em vez de conter apenas números como no modelo atual (ex: 12.345.678/0001-99), os novos CNPJs poderão trazer algo como A1B2C3D4E5F6G7, respeitando a mesma quantidade de posições.

A proposta não altera os CNPJs já existentes.

Ou seja, empresas já registradas continuam com o formato exclusivamente numérico.

O novo padrão será aplicado apenas para novas inscrições a partir de 2026.

Essa mudança não é apenas estética — ela afeta diretamente sistemas que dependem do CNPJ como identificador, como ERPs, bancos de dados, validações fiscais, emissões de notas e cadastros em geral.

Por que essa mudança está acontecendo?

O CNPJ, como conhecemos hoje, é composto por 14 dígitos exclusivamente numéricos.

Com o crescimento constante de empresas e entidades registradas no Brasil, o modelo atual está se aproximando do seu limite de combinações possíveis — são cerca de 60 milhões de empresas ativas, e esse número não para de crescer.

Para evitar o esgotamento das sequências disponíveis e garantir que o sistema continue funcionando a longo prazo, a Receita Federal decidiu adotar o formato alfanumérico, combinando letras e números.

Isso multiplica exponencialmente a quantidade de CNPJs possíveis, sem precisar aumentar a quantidade de caracteres.

Além de resolver a limitação técnica, a mudança também é vista como um passo importante na modernização dos cadastros tributários do país.

Ela se alinha a outras evoluções esperadas nos próximos anos, especialmente com a implementação da reforma tributária e a digitalização cada vez maior dos processos fiscais e contábeis.

    Cronograma de implementação

    Para que empresas e desenvolvedores possam se preparar com antecedência, a Receita Federal definiu um cronograma claro para a transição ao novo formato do CNPJ.

    As etapas incluem publicações normativas, liberação de ambientes de teste e a data oficial de entrada em produção.

    A seguir, veja os principais marcos desse processo e quando cada fase entra em vigor:

    EtapaData
    Publicação IN RFB 2.229/202415-out-2024
    Entrada em vigor da IN25-out-2024
    Publicação da Nota Técnica Conjunta 2025.001maio-2025
    Homologação (ambiente de testes)06-abr-2026
    Produção (uso efetivo)06-jul-2026

    Fique de olho nessas datas, sobretudo se você emite ou processa documentos fiscais eletrônicos.

    Impactos nos Documentos Fiscais Eletrônicos

    A mudança para o CNPJ alfanumérico impacta diretamente os sistemas que emitem, validam e processam documentos fiscais eletrônicos (DF-e). Para orientar as adaptações técnicas necessárias, a Receita Federal e o ENCAT publicaram a Nota Técnica 2025.001.

    Ela detalha como os campos de CNPJ deverão ser ajustados, quais padrões de validação mudam e o que precisa ser revisto nos schemas XML e na geração da chave de acesso. Veja os principais pontos técnicos que precisam de atenção:

    • Schemas XML atualizados para aceitar letras com regex: [A-Z0-9]{12}[0-9]{2}.
    • Campos de CNPJ em NF-e, NFC-e, CT-e, MDF-e, BP-e, entre outros, passam a aceitar o novo formato.
    • Chave de acesso (44 dígitos) será ajustada para incluir letras: [0-9]{6}[A-Z0-9]{12}[0-9]{26}.
    • Validação do dígito verificador permanece em módulo 11, mas usando a tabela ASCII-48 (A = 17, B = 18 etc.).

    👨‍💻 Para desenvolvedores e times técnicos

    Se você desenvolve emissores de DF-e, validadores, gateways, ERPs ou middlewares, a chegada do CNPJ alfanumérico exige atenção redobrada.

    O que precisa ser ajustado

    • Validações de entrada: reescreva regex e regras que limitam o CNPJ a números. Permita letras de A a Z nas 12 primeiras posições.
    • Rotinas de cálculo do DV: adapte o algoritmo de módulo 11 para converter letras (ASCII-48) antes da soma.
    • Chave de acesso: altere geração e validação dos 44 dígitos para incluir o novo formato.
    • Sistemas legados: revise back-ends, bancos de dados, integrações e APIs que tratam o CNPJ como numérico puro.
    • Documentos auxiliares e impressão: ajuste layouts e códigos de barras (combinação CODE-128C/128A).

    🧩 Para gestores e líderes de produto

    Responsável por produtos, integrações ou compliance fiscal? Garanta que sua empresa esteja pronta para a virada:

    • Mapeie onde o CNPJ aparece em ERPs, CRMs, bancos de dados e relatórios.
    • Planeje com antecedência os sprints de desenvolvimento alinhados ao cronograma da Receita.
    • Comunique clientes e parceiros sobre a mudança para evitar surpresas durante a fase de produção.
    • Mitigue riscos de rejeição de notas ou multas por sistemas desatualizados.
    • Considere parceiros especializados como o Nota Gateway para acelerar a adaptação.

    Evite retrabalho: padronize com o Nota Gateway

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    Alterações no código de barras

    A inclusão de letras no CNPJ também exige mudanças na forma como os documentos fiscais são impressos e lidos por leitores ópticos.

    Isso porque os códigos de barras utilizados atualmente — baseados apenas em números — não suportam caracteres alfabéticos.

    Para manter a leitura automática funcionando corretamente, será necessário adotar um padrão híbrido que combine diferentes tipos de codificação.

    Entenda o que muda e o que precisa ser ajustado:

    • CODE-128C para trechos numéricos
    • CODE-128A para trechos com letras

    Atualize layouts e impressoras para garantir leitura correta (mínimo 11,5 cm × 0,8 cm).

    O que sua empresa precisa fazer

    1. Mapear onde o CNPJ é usado (ERP, bancos de dados, CRMs etc.).
    2. Atualizar schemas XML, regex e rotinas de validação.
    3. Testar no ambiente de homologação a partir de 06-abr-2026.
    4. Ajustar geração de código de barras e impressão de documentos auxiliares.
    5. Acompanhar publicações da Receita Federal e do ENCAT.

    Se você emite notas fiscais, controla cadeias de suprimentos ou gerencia dados empresariais, não deixe para a última hora!

    Conclusão

    O CNPJ alfanumérico é uma inovação importante no cadastro tributário nacional.

    Embora só valha para novos registros a partir de julho de 2026, o impacto nos sistemas é iminente e exige planejamento.

    Essencial em 30 segundos:

    • Formato misto (letras + números) em 14 caracteres.
    • DV em módulo 11 com tabela ASCII-48.
    • Homologação em abril de 2026; produção em julho de 2026.
    • Afeta DF-e, schemas XML, chaves de acesso e códigos de barras.

    Prepare seus sistemas com antecedência e evite transtornos fiscais. Se seu ERP ou plataforma ainda não está pronto, é hora de agir.

    Para tornar essa atualização mais simples, conheça o Nota Gateway — sua parceira na gestão e emissão de documentos eletrônicos.

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